Ela ainda era apenas uma garota quando aconteceu. Olhares foram trocados diversas vezes, porém não se passava de um romance unilateral.
Ele, homem feito, não via nada além de uma garotinha que ainda tinha muito o que viver. Ainda chegou a pensar: "quem sabe quando ela se tornar mais madura".
Ela queria se transformar em alguém que fosse boa o suficiente para finalmente ser vista por ele. Não entendia que o único empecilho seria a sua falta de maturidade. Chegava até a pensar que fosse por defeitos que ele nem mesmo enxergava. Paranoia da cabeça dela.
Depois de muito observar como as garotas da idade dele agiam, decidiu que seria a hora de mudar, pelo menos aparentemente, parecer mais velha. Trocou seus chinelos por saltos altos apenas pra ficar mais próxima dele.
Erro dela, mesmo com 15 centímetros a mais ela não conseguia ser vista. E foi nesse momento que apareceu alguém novo, ou ela apenas começou a enxergar outras pessoas além dele.
O novo garoto aceitou ela com seus chinelos, e até a zoava quando ela usava seus saltos, que depois disso começou a gostar de usá-los. Ela sentia que aquele par de sapatos tinha sido um marco, ela finalmente tinha amadurecido.
"Não parou com nenhum deles porque nenhum deles a fazia parar. Continuou correndo". BOVOLENTO, Daniel (2012).
segunda-feira, 17 de junho de 2013
terça-feira, 4 de junho de 2013
Um relacionamento que se alimentava de silêncio
Era
tudo uma questão de orgulho. Ele desde o primeiro momento a preveniu que não
era um cara que enviava mensagem de texto, que isso não passava de bobagem. Que
não queria nada sério, pois tinha acabado de sair de um relacionamento falido.
Ela concordou
com as regras dele, e a única comunicação que realizavam fora do contato
pele-a-pele, era para combinar algum encontro ocasional. Então a cara de
espanto que ela expressou quando leu seu primeiro sms dele, aquele logo após um encontro por acaso, aquele que não
era retribuindo nada que ela tivesse enviado, a deixou com um sorriso bobo nos lábios.
Depois
disso, eles passaram a se falar com mais frequência. Nada de passar horas
contando a respeito do que aconteceu sobre seus dias, porque um simples “oi” ou
um “sinto tua falta”, um “boa sorte” em alguma prova que ela faria, abarcava
todas as palavras não ditas.
Tinham
finalmente quebrado a barreira. Pelos menos era isso que ela achava. Essa falta
de informação a respeito da vida dele tinha deixado uma incógnita. Então ela
descobriu o verdadeiro motivo dele não se abrir totalmente, ele teria de se distanciar
em breve.
Não haviam mais mensagens de "boa noite", nem desejos de "feliz aniversário". A distância fez com que se afastassem lentamente, até o ponto de
se tornarem dois estranhos passando lado a lado na rua.
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